segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Nada melhor do que um dia após o outro...


Eu já fui pra aula disposta a não me aborrecer...
Criei toda uma marcação interior e decorei as deixas que antecediam as minhas falas, mas quando cheguei já fui recebida de uma outra forma. Desarme-me!!! E mais uma vez permiti, como deve ser a participação do outro. A diferença era gritante!!!!! Sem falas e só com ações desenvolvemos a cena. Existi uma esperança!!! Foi uma aula muito agradável e produtiva. Que venham mais dias assim...



Teatro não é apenas texto. Mas o texto é nele um elemento primordial: ponto de partida - o permanente pretexto - para que se efetive aquele ritual, aquela comunhão de vidas entre o real e o imaginário. Por isso teatro é também, ou deve ser,objeto de leitura. Leitura atenta, constante, APAIXONADA.

VICTOR CIVITA








Tem coisas que é melhor você não ouvir!!

Devo confessar que a aula do dia nove foi quase que completamente apagada da minha mente... Melhor assim... Eu realmente não saberia descrever o meu desespero, a minha ânsia e o sentimento de completo vazio que eu senti durante a improvisação. Embora o Rinaldo jogasse o tempo todo comigo quem deveria jogar não jogou. Meu texto estava fraco é verdade, mas... só quem estava presente e ouviu o que eu ouvi poderia compreender o meu vazio.

" encho a boca disso e cuspo pra dentro faço um bolo de rancor bem no centro do estômago. Me contorço de dor mas vou convivendo co’esse tumor, me estrago, me arrebento. Me aniquilo."


Permaneci com a sensação de vazio até momentos antes da aula de quarta dia 11.




quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Maldita dependência!!

Demorei um pouco mais para postar a aula do dia 04/08...
Estava tentando não ser tão injusta comigo mesma nem com os outros, mas de qualquer forma mesmo sem querer serei. Vamos lá...
Com a temperatura baixa Kadú começou a aula com aquecimento: rolar, pular, correr e depois o retorno a infância, a dança das cadeiras (muito bom!!!!!).
Tentamos algumas marcações de abertura, mas que pela cara do diretor ainda temos uma longa caminhada. Ele solicitou uma improvisação de todo o espetáculo sem pausas, era possível voltar a cena, mas sem interromper. O começo foi uma pedra de gelo, tudo muito mecânico sem emoção, na cena da Alma com Jasão e Creonte existiu uma tentativa sem sucesso.
Na cena da Joana com as vizinhas um desastre absoluto... existia uma ausência de tudo. Esta minha maldita dependência!!! Por mais que eu tente ser livre, sempre fico dependente do outro... Quando eu pensei que nada mais tinha salvação, a Lima veio ao meu encontro (graças à Deus) salvando o restante da improvisação. No reencontro da Joana com o Jasão a improvisação tomou uma forma mais próxima ao texto. Nesta cena um momento bacana foi o susto das meninas com a entrada do Rafael . A cena da macumba foi um show! A segunda cena do Jasão com a Alma e o Creonte também foi arrastada, mas foi interessante. A Cena da Joana e Creonte deu um norte à cena final, antecipada com a entrada da Amanda. Mas entre mortos e feridos salvaram-se todos.
Kadú demonstrou uma certa tranqüilidade informando que estava com menos receio de montar Gota, mas enfatizou a necessidade do texto decorando, do conhecer e discutir a obra em outros horários fora da escola. O tão bom e velho trabalho de grupo.
Num texto como Gota cada pessoa tem a sua devida importância e o trabalho conjunto olho no olho é a base de tudo ou será que a louca aqui sou eu?


"O ator mesmo quando interpreta um monólogo precisa de outras pessoas."



segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Agora vamos!!!!

Acredito que hoje foi realmente o ponto inicial pra montagem do espetáculo Ensaio para Gota d'água. Começamos a aula com uma leve conversa como relação ao custo da produção, depois aquecemos e fizemos um exercício de improvisação: Kadú nos deu um giz, uma cadeira e 20 minutos.
1. Marcos e Wendell usaram trecho da música Gota d'gua: Começaram a cena sentados. Wendell dentro de um violão cantava trecho da música e Marcos cantava e escrevia no chão ligando o dois espaços.
2. Cícero enquanto falava o texto desenhou uma casa e colocou dentro dela a cadeira, imagem do seu poder.
3. Lima debruçada dentro de um retângulo e com a cadeira virada começou a falar o texto enquanto desenhava... ela usou o texto da macumba.
4. Eu comecei dentro de um funil com a cadeira em uma das pontas. Apoiada na cadeira usei o texto da entrada em que Joana fala dos filhos, riscando dentro do funil (a intenção era tirar todo o espaço, mas o giz acabou antes) em sinal de sufocamento falei o texto no "ninguém vai sambar na minha caveira" do meio para o fim em sinal de revolta fui apagando todo o desenho do funil.
5. Rafael uso a imagem de uma mulher com varias ramificações, a cadeira bem no centro da imagem desta mulher... sentado na cadeira ele começou a cantar Gota d'água, depois usou o giz para desenhar o rosto da mulher enquanto falava o texto em que ele (Jasão) fala da possibilidade de Joana ser feliz ao lado do ex-marido.
6. Elisa dentro de um quadrado do lado esquerdo ela concluiu o vestido de noiva enquanto cantarolava Gota d'água, subi na cadeira e falou o texto em que ela manda Jasão escolher entre o samba e a valsa.
7. Leidy dentro de um retângulo e a cadeira usada para ser a imagem de Creonte usou o texto em que Creonte vai a sua casa.
8. Sanzs usou o banco virado e o giz pra escrever parte do texto da despedida de Joana com o filhos.
9. Rinaldo, Amanda e Thalita ligaram todas as cenas com varais desenhados com giz enquanto falavam o texto da primeira cena.

Fizemos a leitura do texto!
Quarta tem mais!!!






quarta-feira, 28 de julho de 2010

Roda de amigos!

Que tarde agradável, que noite maravilhosa!
Foi um prazer receber os amigos aqui em casa outra vez!
Leidy, Lima, Marcos, Cícero, Elisa e eu formamos uma roda de amigos passamos algumas horas lendo e conversando sobre o texto... Estávamos todos descobrindo novos caminhos, novas formas de vermos as nossas personagens... É tão gostoso quando todos falam a mesma língua, quando compartilhamos a mesma energia... O tempo passou e nem percebemos....
Este tipo de experiência é tão bacana, tão importante, é uma forma de fortalecimento do grupo. Este tipo de harmonia faz muita diferença nos laboratórios e nos palcos. Camille é exemplo disso. E se depender deste grupo Gota terá a mesma harmonia.
São pequenas coisas como estas reuniões que tornam o trabalho prazeroso. É um ajudando ao outro. Quando você trabalha em grupo você percebe o outro e perceber o outro é tão importante quanto perceber a se mesmo. Cada necessidade percebia foi falada e apontado um outro caminho. No meu caso mesmo: Lima, Leidy e Marcos mais uma vez alertaram-me quanto a necessidade de saborear mais o texto(acho que sou a unica atriz que já entra com vontade de sair. rsrsrs). A Lima muitas vezes portou-se como diretora-moderadora, a Leidy era paixão pura, Marcos colaborou com toda a leitura, Cícero como Creonte vai procurar um momento de doçura, Elisa vai buscar um "encantamento" ao falar com Jasão...

Que outras rodas aconteçam!!!!!

Sou grata a todos a que participaram deste momento.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Oportunidades

Representar é se permitir ter e viver varias oportunidades e ontem eu me permiti mais.
Começamos pulando corda. Nossa... teve uma hora que eu assumi uma ponta e o Kadú outra, mas as caras e bocas dele provocaram em mim uma crise de risos tão forte que eu não conseguia girar a corda nem pedi ajuda... eu só ria desesperadamente. rsrsrs. Kadú é um homem com alma de criança, mas quando ele brinca com a corda transforma-se num anjo travesso. E eu adoro ficar olhando aquela felicidade toda.
É... acho que felicidade é a segunda palavra pra aula de ontem.
O Kadú nos dividiu em duplas e trabalhamos a questão de nos deixar moldar pelo outro. Trabalhei com o Rafael ele moldou a Joana dividida: usando uma das minhas mãos em forma de garra e a outra mas serena que segurava a garra, o rosto erguido e sempre pra frente em atitude de "altivez", a coluna era levemente curvada pela dor e as pernas ligeiramente flexionadas suportavam o peso. Encontrei dificuldade em moldar o Jasão não consegui associá-lo a nenhum animal na hora, mas agora com mais calma a imagem que tenho é a de um felino. De caminhar leve e marcante, com movimentos leves e certeiros até abocanhar por completo a presa... mas enfim... na hora tentei trazer mesmo a figura do menino/homem que às vezes protege outras quer ser protegido. Usei meu peso pra dar a ele um andar mais pesado e fazendo curvar mais os ombros, em alguns momentos solicitei que ele trouxesse a lembrança das brincadeiras com os sobrinhos fazendo ficar no plano médio. Acidentalmente durante o processo ele encontrou com uma das Joanas (Leidy), não era o que eu queria, mas aconteceu. Senti que ele não estava gostado do processo eu também não. Resumindo, não gostamos da forma como eu o conduzir!
Kadú solicitou que cada membro da dupla assumisse uma ponta da sala e que percorresse o trajeto até o outro vivendo momentos da vida da personagem. Durante o meu trajeto até o Rafael passei pelo primeiro encontro, o nascimento dos filhos, a brincadeiras com eles, as primeiras cobranças... Quando eu chegue eu estava cansada, mas ele me apresentou uma nova forma de ver o mundo ao abrir a janela e senti a brisa tocar o rosto, respirar mais profundamente, senti o cheiro da manhã e não levar a sério tudo na vida. Aproveitar as brincadeiras bobas e a possibilidade dela ter o sonho de dançar e ela dançou! E dançando ao lado dele descobre-se viva! Quando o Jasão chegou apresentei a ele parte da sua historia, no primeiro momento através do ponto de vista da Vanuzia, depois através do ponto de vista do Mestre Egeu (segundo o texto) e ao fim sobre o ponto de vista de Joana. Quando terminamos eu senti uma certa emoção por parte dele.
Kadú quis testar algumas alterações e a que mais gostei foi o Cicero como Creonte. Cicero e eu fizemos a cena em que Creonte vai a casa de Joana e ao fim ela solicita mais um dia. Adoro esta cena! Hoje todos estavam mais entrosados, eu mais leve. Esta leveza ficou nítida na roda de improviso entrei e sair varias vezes sem qualquer medo de errar... me diverti o tempo todo.
Que venham novas oportunidades e que eu me permita viver todas elas sem medo do que vão pensar, né Lima?


P.S.:
Quando eu for lembrando com mais clareza dos improvisos posto como comentário. O pessoal estava demais.
Bendito seja o soco no estômago!

Ter horário pra terminar é muito chato!!!!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Sintonia? Que bicho é esse?

1.sf.Eletr. Condição de um circuito cuja a freqüência é igual à de outro.
2 Fig. Acordo mútuo ; harmonia.
Hoje estávamos tão distantes uns dos outros que a sintonia não chegou. Não sei se pelo tempo que permanecemos distantes ou pela falta de conhecimento da obra. Já na primeira improvisação a coisa não aconteceu, não gosto de fazer por fazer, mas fiz. Quando formamos um circulo a coisa ficou pior. Era nítido a busca do: o que é que eu vou fazer? Quando a pergunta deveria ser: o que o outro vai me ofertar? Eu preciso receber primeiro este presente e depois desembrulhar. Eu preciso permitir que esta freqüência encontre a minha. O ajuste da sintonia demorou a acontecer e quando aconteceu ainda restaram ruídos. Ruídos que foram pra roda de discussão.
Falamos das nossas barreiras, dos limites, da falta de concentração, da falta de estudar a obra, da falta de contato entre Joana e Jasão, e da necessidade das Joanas em se apaixonaremos pela figura do Jasão, desta busca pelas personagens e da preguiça de estudarmos. Nos laboratórios de corpo a sintonia aconteceu pela ausência da fala, mas agora essa sintonia precisa acontecer com a fala. E pra isso é preciso estudar, estudar, estudar...
Por não estudar a metade do que acho que devo, atribuo ao nosso fracasso de hoje a nossa preguiça. Somos preguiçosos! Justamente o que mais odeio! A roda de hoje foi um soco no estômago! E espero que doa muito por muito tempo! Assim quem sabe este vulcão que temos amarrado no umbigo não entre em erupção.
Hoje foi com certeza o pior laboratório, mas com certeza absoluta a melhor roda.
Na quarta quem sabe esta bicho de hoje não esteja mais afinado?