segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Nada melhor do que um dia após o outro...


Eu já fui pra aula disposta a não me aborrecer...
Criei toda uma marcação interior e decorei as deixas que antecediam as minhas falas, mas quando cheguei já fui recebida de uma outra forma. Desarme-me!!! E mais uma vez permiti, como deve ser a participação do outro. A diferença era gritante!!!!! Sem falas e só com ações desenvolvemos a cena. Existi uma esperança!!! Foi uma aula muito agradável e produtiva. Que venham mais dias assim...



Teatro não é apenas texto. Mas o texto é nele um elemento primordial: ponto de partida - o permanente pretexto - para que se efetive aquele ritual, aquela comunhão de vidas entre o real e o imaginário. Por isso teatro é também, ou deve ser,objeto de leitura. Leitura atenta, constante, APAIXONADA.

VICTOR CIVITA








Tem coisas que é melhor você não ouvir!!

Devo confessar que a aula do dia nove foi quase que completamente apagada da minha mente... Melhor assim... Eu realmente não saberia descrever o meu desespero, a minha ânsia e o sentimento de completo vazio que eu senti durante a improvisação. Embora o Rinaldo jogasse o tempo todo comigo quem deveria jogar não jogou. Meu texto estava fraco é verdade, mas... só quem estava presente e ouviu o que eu ouvi poderia compreender o meu vazio.

" encho a boca disso e cuspo pra dentro faço um bolo de rancor bem no centro do estômago. Me contorço de dor mas vou convivendo co’esse tumor, me estrago, me arrebento. Me aniquilo."


Permaneci com a sensação de vazio até momentos antes da aula de quarta dia 11.




quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Maldita dependência!!

Demorei um pouco mais para postar a aula do dia 04/08...
Estava tentando não ser tão injusta comigo mesma nem com os outros, mas de qualquer forma mesmo sem querer serei. Vamos lá...
Com a temperatura baixa Kadú começou a aula com aquecimento: rolar, pular, correr e depois o retorno a infância, a dança das cadeiras (muito bom!!!!!).
Tentamos algumas marcações de abertura, mas que pela cara do diretor ainda temos uma longa caminhada. Ele solicitou uma improvisação de todo o espetáculo sem pausas, era possível voltar a cena, mas sem interromper. O começo foi uma pedra de gelo, tudo muito mecânico sem emoção, na cena da Alma com Jasão e Creonte existiu uma tentativa sem sucesso.
Na cena da Joana com as vizinhas um desastre absoluto... existia uma ausência de tudo. Esta minha maldita dependência!!! Por mais que eu tente ser livre, sempre fico dependente do outro... Quando eu pensei que nada mais tinha salvação, a Lima veio ao meu encontro (graças à Deus) salvando o restante da improvisação. No reencontro da Joana com o Jasão a improvisação tomou uma forma mais próxima ao texto. Nesta cena um momento bacana foi o susto das meninas com a entrada do Rafael . A cena da macumba foi um show! A segunda cena do Jasão com a Alma e o Creonte também foi arrastada, mas foi interessante. A Cena da Joana e Creonte deu um norte à cena final, antecipada com a entrada da Amanda. Mas entre mortos e feridos salvaram-se todos.
Kadú demonstrou uma certa tranqüilidade informando que estava com menos receio de montar Gota, mas enfatizou a necessidade do texto decorando, do conhecer e discutir a obra em outros horários fora da escola. O tão bom e velho trabalho de grupo.
Num texto como Gota cada pessoa tem a sua devida importância e o trabalho conjunto olho no olho é a base de tudo ou será que a louca aqui sou eu?


"O ator mesmo quando interpreta um monólogo precisa de outras pessoas."



segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Agora vamos!!!!

Acredito que hoje foi realmente o ponto inicial pra montagem do espetáculo Ensaio para Gota d'água. Começamos a aula com uma leve conversa como relação ao custo da produção, depois aquecemos e fizemos um exercício de improvisação: Kadú nos deu um giz, uma cadeira e 20 minutos.
1. Marcos e Wendell usaram trecho da música Gota d'gua: Começaram a cena sentados. Wendell dentro de um violão cantava trecho da música e Marcos cantava e escrevia no chão ligando o dois espaços.
2. Cícero enquanto falava o texto desenhou uma casa e colocou dentro dela a cadeira, imagem do seu poder.
3. Lima debruçada dentro de um retângulo e com a cadeira virada começou a falar o texto enquanto desenhava... ela usou o texto da macumba.
4. Eu comecei dentro de um funil com a cadeira em uma das pontas. Apoiada na cadeira usei o texto da entrada em que Joana fala dos filhos, riscando dentro do funil (a intenção era tirar todo o espaço, mas o giz acabou antes) em sinal de sufocamento falei o texto no "ninguém vai sambar na minha caveira" do meio para o fim em sinal de revolta fui apagando todo o desenho do funil.
5. Rafael uso a imagem de uma mulher com varias ramificações, a cadeira bem no centro da imagem desta mulher... sentado na cadeira ele começou a cantar Gota d'água, depois usou o giz para desenhar o rosto da mulher enquanto falava o texto em que ele (Jasão) fala da possibilidade de Joana ser feliz ao lado do ex-marido.
6. Elisa dentro de um quadrado do lado esquerdo ela concluiu o vestido de noiva enquanto cantarolava Gota d'água, subi na cadeira e falou o texto em que ela manda Jasão escolher entre o samba e a valsa.
7. Leidy dentro de um retângulo e a cadeira usada para ser a imagem de Creonte usou o texto em que Creonte vai a sua casa.
8. Sanzs usou o banco virado e o giz pra escrever parte do texto da despedida de Joana com o filhos.
9. Rinaldo, Amanda e Thalita ligaram todas as cenas com varais desenhados com giz enquanto falavam o texto da primeira cena.

Fizemos a leitura do texto!
Quarta tem mais!!!






quarta-feira, 28 de julho de 2010

Roda de amigos!

Que tarde agradável, que noite maravilhosa!
Foi um prazer receber os amigos aqui em casa outra vez!
Leidy, Lima, Marcos, Cícero, Elisa e eu formamos uma roda de amigos passamos algumas horas lendo e conversando sobre o texto... Estávamos todos descobrindo novos caminhos, novas formas de vermos as nossas personagens... É tão gostoso quando todos falam a mesma língua, quando compartilhamos a mesma energia... O tempo passou e nem percebemos....
Este tipo de experiência é tão bacana, tão importante, é uma forma de fortalecimento do grupo. Este tipo de harmonia faz muita diferença nos laboratórios e nos palcos. Camille é exemplo disso. E se depender deste grupo Gota terá a mesma harmonia.
São pequenas coisas como estas reuniões que tornam o trabalho prazeroso. É um ajudando ao outro. Quando você trabalha em grupo você percebe o outro e perceber o outro é tão importante quanto perceber a se mesmo. Cada necessidade percebia foi falada e apontado um outro caminho. No meu caso mesmo: Lima, Leidy e Marcos mais uma vez alertaram-me quanto a necessidade de saborear mais o texto(acho que sou a unica atriz que já entra com vontade de sair. rsrsrs). A Lima muitas vezes portou-se como diretora-moderadora, a Leidy era paixão pura, Marcos colaborou com toda a leitura, Cícero como Creonte vai procurar um momento de doçura, Elisa vai buscar um "encantamento" ao falar com Jasão...

Que outras rodas aconteçam!!!!!

Sou grata a todos a que participaram deste momento.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Oportunidades

Representar é se permitir ter e viver varias oportunidades e ontem eu me permiti mais.
Começamos pulando corda. Nossa... teve uma hora que eu assumi uma ponta e o Kadú outra, mas as caras e bocas dele provocaram em mim uma crise de risos tão forte que eu não conseguia girar a corda nem pedi ajuda... eu só ria desesperadamente. rsrsrs. Kadú é um homem com alma de criança, mas quando ele brinca com a corda transforma-se num anjo travesso. E eu adoro ficar olhando aquela felicidade toda.
É... acho que felicidade é a segunda palavra pra aula de ontem.
O Kadú nos dividiu em duplas e trabalhamos a questão de nos deixar moldar pelo outro. Trabalhei com o Rafael ele moldou a Joana dividida: usando uma das minhas mãos em forma de garra e a outra mas serena que segurava a garra, o rosto erguido e sempre pra frente em atitude de "altivez", a coluna era levemente curvada pela dor e as pernas ligeiramente flexionadas suportavam o peso. Encontrei dificuldade em moldar o Jasão não consegui associá-lo a nenhum animal na hora, mas agora com mais calma a imagem que tenho é a de um felino. De caminhar leve e marcante, com movimentos leves e certeiros até abocanhar por completo a presa... mas enfim... na hora tentei trazer mesmo a figura do menino/homem que às vezes protege outras quer ser protegido. Usei meu peso pra dar a ele um andar mais pesado e fazendo curvar mais os ombros, em alguns momentos solicitei que ele trouxesse a lembrança das brincadeiras com os sobrinhos fazendo ficar no plano médio. Acidentalmente durante o processo ele encontrou com uma das Joanas (Leidy), não era o que eu queria, mas aconteceu. Senti que ele não estava gostado do processo eu também não. Resumindo, não gostamos da forma como eu o conduzir!
Kadú solicitou que cada membro da dupla assumisse uma ponta da sala e que percorresse o trajeto até o outro vivendo momentos da vida da personagem. Durante o meu trajeto até o Rafael passei pelo primeiro encontro, o nascimento dos filhos, a brincadeiras com eles, as primeiras cobranças... Quando eu chegue eu estava cansada, mas ele me apresentou uma nova forma de ver o mundo ao abrir a janela e senti a brisa tocar o rosto, respirar mais profundamente, senti o cheiro da manhã e não levar a sério tudo na vida. Aproveitar as brincadeiras bobas e a possibilidade dela ter o sonho de dançar e ela dançou! E dançando ao lado dele descobre-se viva! Quando o Jasão chegou apresentei a ele parte da sua historia, no primeiro momento através do ponto de vista da Vanuzia, depois através do ponto de vista do Mestre Egeu (segundo o texto) e ao fim sobre o ponto de vista de Joana. Quando terminamos eu senti uma certa emoção por parte dele.
Kadú quis testar algumas alterações e a que mais gostei foi o Cicero como Creonte. Cicero e eu fizemos a cena em que Creonte vai a casa de Joana e ao fim ela solicita mais um dia. Adoro esta cena! Hoje todos estavam mais entrosados, eu mais leve. Esta leveza ficou nítida na roda de improviso entrei e sair varias vezes sem qualquer medo de errar... me diverti o tempo todo.
Que venham novas oportunidades e que eu me permita viver todas elas sem medo do que vão pensar, né Lima?


P.S.:
Quando eu for lembrando com mais clareza dos improvisos posto como comentário. O pessoal estava demais.
Bendito seja o soco no estômago!

Ter horário pra terminar é muito chato!!!!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Sintonia? Que bicho é esse?

1.sf.Eletr. Condição de um circuito cuja a freqüência é igual à de outro.
2 Fig. Acordo mútuo ; harmonia.
Hoje estávamos tão distantes uns dos outros que a sintonia não chegou. Não sei se pelo tempo que permanecemos distantes ou pela falta de conhecimento da obra. Já na primeira improvisação a coisa não aconteceu, não gosto de fazer por fazer, mas fiz. Quando formamos um circulo a coisa ficou pior. Era nítido a busca do: o que é que eu vou fazer? Quando a pergunta deveria ser: o que o outro vai me ofertar? Eu preciso receber primeiro este presente e depois desembrulhar. Eu preciso permitir que esta freqüência encontre a minha. O ajuste da sintonia demorou a acontecer e quando aconteceu ainda restaram ruídos. Ruídos que foram pra roda de discussão.
Falamos das nossas barreiras, dos limites, da falta de concentração, da falta de estudar a obra, da falta de contato entre Joana e Jasão, e da necessidade das Joanas em se apaixonaremos pela figura do Jasão, desta busca pelas personagens e da preguiça de estudarmos. Nos laboratórios de corpo a sintonia aconteceu pela ausência da fala, mas agora essa sintonia precisa acontecer com a fala. E pra isso é preciso estudar, estudar, estudar...
Por não estudar a metade do que acho que devo, atribuo ao nosso fracasso de hoje a nossa preguiça. Somos preguiçosos! Justamente o que mais odeio! A roda de hoje foi um soco no estômago! E espero que doa muito por muito tempo! Assim quem sabe este vulcão que temos amarrado no umbigo não entre em erupção.
Hoje foi com certeza o pior laboratório, mas com certeza absoluta a melhor roda.
Na quarta quem sabe esta bicho de hoje não esteja mais afinado?


terça-feira, 6 de julho de 2010

Sinto falta da Gota d'água

Segunda e quarta são dias de Gota d'água, mas ontem não bebemos deste néctar e o vazio se fez presente... Isso é um bom sinal, significa que estamos dentro do processo de verdade. Agora só na próxima semana, uma pena.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Trabalhamos respiração e voz...

Com o corre corre da vida você simplesmente esquece como respirar direito.
O Kadú e Rinaldo já haviam me alertado pra necessidade de realizar um trabalho melhor com a respiração e voz, mas devo confessar que não coloquei o tema nas minhas prioridades, um erro! Erro que ficou "gritante" ontem... eu simplesmente não lembrava como respirar direito. Lima tentou ajudar-me durante as minhas tentativas, mas o professor Kadú solicitou a ajuda do professor Marcelo que me fez recordar o modo certo de respirar. Ambos poderiam ter me dado um bronca feia, afinal o ator precisa ser mais responsável, mas ao invés da bronca recebi uma atenção especial na sala ao lado. Calma e totalmente observada pelo professor fui aos poucos respirando corretamente enquanto estava deitada, mas encontrei dificuldade quando fiquei de pé. O professor Marcelo explicou tudo (mais uma vez) com muita calma e solicitou que este momento fosse colocado com prioridade uma vez por dia até que a coisa aconteça naturalmente. Os professores foram tão delicados que ficou impossível não atender a solicitação. Hoje mesmo quando acordei já ia levantar com tudo lembrei dos dois e retornei a cama para os exercícios.





Quando retornei a sala estavam todos buscando o tom mais agradável para cada canção. É muito estranho, embora sejam todos conhecidos ainda pinta a vergonha, pode uma coisa dessa? Vencida a vergonha também comecei a procurar o meu tom. Por enquanto vou ficar com o alto. Interpretar a canção não é fácil, mas durante uma das tentativas Lima e eu nos emocionamos. Não sei quanto a ela, mas a emoção que ela me trouxe não tinha nada com Gota, mas tudo com "Sobre a laje". Eu senti um vazio tão grande dentro dela, uma angustia, uma dor tão forte, era possível ver a lágrima retida no olhar seco e distante. Uma imagem perfeita pra cena que ela fará. Eu tentei não abraçá-la, mas foi mais forte do que eu. O olhar dela me pedia e eu como mãe não consegui ficar parada. A abracei! E ficamos lá abraçadas por um tempo. Ainda não falei com ela, por isso não sei no que exatamente ela pensava... Só mesmo no teatro pra dor ser bonita!
Quando fomos pra cenas. Sanzs, Lima, Leidy, Thalita e eu unimos as cenas ficou muito legal. Todas viveram momentos antes da separação. Eu optei por fazer a cena dela conversando com o ex-marido, afinal, Joana também disse "adeus". É sempre mais fácil falar do que ouvir.




Quero ser feliz!!!

Pelo jeito você vai permanecer atrás da porta... E eu não vou esperar. Não quero mais perder tempo. Quero dançar! Quero que este novo ritmo tome conta de mim! Quero voltar a viver! Ele tem tanto a aprender e eu tão a ensinar. Aprendi tantas coisas com você, sou grata por isso, mas eu preciso de muito mais. E agora que encontrei eu não posso perder tempo, não posso deixar passar! Eu não quero nem saber o que vão falar! E também não me importo com o que vou perder! Tudo isso que você me oferta, eu vou conquistar de novo, mas o que eu realmente quero você não pode mais me ofertar! Quero que meu coração aos pulos, quero perder a respiração com o cheiro dele, quero que meu corpo pegue fogo quando ele me tocar... eu vou ensinar a ele cada toque e o quanto de força precisa usar. Vou molda-lo pra mim. Ele será do jeito que eu sempre desejei. Vamos construir um mundo novo. Ele é tão mais novo... e eu estou me sentido assim... feito criança quando ganha um presente. Eu fui seu presente... agora quero o meu!...
Eu gostaria que esta conversa fosse olhos nos olhos, mas não posso obrigá-lo. Estou indo...

terça-feira, 29 de junho de 2010

Gota d'água - Chico Buarque = Medéia - Eurípedes

Vezes sem número a mulher é temerosa,
Covarde para a luta e fraca para as armas;
Se, todavia, vê lesados os direitos
Do leito conjugal, ela se torna, então,
De todas as criaturas a mais sanguinária!
Eurípedes [Medéia]

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Palavra do dia? Tranqüilidade.

Trabalhamos o texto e as músicas.
Hoje com a colaboração de todos consegui fazer uma leitura bem melhor. É claro que não chegou nem perto do que o Kadú deseja, mas foi muito melhor. Na quarta espero ficar mais calma ainda. No começo da leitura, ainda muito insegura, busquei o "meu porto seguro" e ele consciente ou não do seu papel estava lá. Obrigada mais uma vez!
Ao fim da leitura agradeci em especial a Lima, sei o quando é difícil pra ela diminuir o ritmo. A Sanzs me passou algumas dicas pra relaxar durante a leitura. Depois que falamos do meu problema Sanzs, Lima e eu nos abraçamos. O abraço trouxe-me uma tranqüilidade... agora sei que posso contar com mais gente e não só com o Kadú. Isso é maravilhoso!!!! Sei que parece bobagem, mas fiquei e estou tão feliz por hoje que durante a roda de conversa eu quase não falei, respondi apenas o que me foi questionado.
Na próxima quarta precisamos criar uma relação entre as personagens e apresentarmos uma cena. Na hora eu pensei no primeiro encontro de Jasão e Joana... a Leidy também pensou a mesma coisa. Vamos aguardar até quarta!!!!



quarta-feira, 23 de junho de 2010

Uma oportunidade perdida

Hoje a aula foi tranqüila, diferente de segunda rimos muito.
O Kadú está trabalhando coordenação motora com a gente.
Tenho uma dificuldade do cão de contar passos. Sou condicionada ao ritmo que a música causa em mim e não aos passos que devo executar. rsrsrs 8 - 4 - 2 -1 é sério, é muito difícil! Mas depois de marcado eu pego no tranco ou no grito! srsrs
As cenas com o uso de manchetes de jornais foram bem legais. Gostei muito da forma que a Leidy apresentou a dela. Optei por misturar duas manchetes: "Morador pagará aluguel na favela do Gato (SP)" da Folha.com com o texto da do Correio da Manhã "Agitação comunista no Morro do Borel" de 24 de junho de 1954. Ambas falam dos problemas da habitação. Eu tinha separado uma com relação a esperança do pobre em alcançar alta sociedade através do futebol e do samba " A esperança no futebol".

" Samba e futebol são a salvação da lavoura. Duvido que exista outra maneira de fodido brasileiro arranjar lugar ao sol." Fala do Amorim pag.88

"Tem que produzir uma esperança de vez em quando pra coisa acalmar e poder, começar tudo de novo." Jasão pag 138

Depois das cenas, improvisações... foi quando perdi a oportunidade de ter uma outra experiência com Joana. A Sanzs estava em cena sozinha abandonada por Jasão (Rafael) e na hora pintou uma vontade de fazer o Jasão que ela (Joana) tanto espera ter de volta, comecei a entoar "Bem querer" mas ela não corespondeu e logo em seguida entrou Creonte (Thalita)... já não tinha mais clima. Kadú, é claro, reclamou: "Tem que perder este medo de errar!"
Bem feito! Perdi a oportunidade e ainda levei uma bronca. Mas estou melhorando...Chegará um dia que ele dirá: "Sai de cena Vanuzia!"
Depois das improvisações na conversa com o diretor a Sanzs danou a defender Joana! rsrsrs Chega a ser engraçado a forma como ela defende Joana (ela assumiu a personagem de verdade... medoooo)... infelizmente quando a conversa ia pegar fogo o nosso tempo terminou. Uma pena. Mas na próxima segunda tem mais.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A culpa não é minha, é da genética.

Dislexia
Definida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração.
Continuada dificuldade na leitura e escrita;
Memória imediata prejudicada;
Dificuldade na aprendizagem de uma segunda língua;
Dificuldade em nomear objetos e pessoas (disnomia);
Dificuldade com direita e esquerda;
Dificuldade em organização;


Temos um outro ritmo, não é uma escolha é um fator genético.
Sempre que tem a leitura do texto fico mais tensa que tudo na vida. A respiração muda totalmente, as mãos trêmulas, as letras dançando e a vontade de me jogar dentro de um buraco é enorme. Mas hoje foi pior... o elenco estava com toda a energia e a leitura deveria fluir da mesma forma. Deveria, já que, toda vez que chegava a minha vez eu travava em algum momento o que atrapalhou algumas pessoas. Sei que ninguém é obrigado a compreender esta minha dificuldade, e tento de verdade não atrapalhar, mas é mais forte do que eu... Diante do bendito engasgo ou palavra trocada logo ouço a "interpelação"... mais um motivo pra eu travar de vez. É um saco!!! Hoje cheguei a passar a vez pra não atrapalhar, mas não adiantou parou no: "- Então, vai você! - Não, vai você! Uma m... mesmo!
A minha sorte é que Kadú, atento que é, mais uma vez veio ao meu socorro, ficou ao meu lado enquanto eu lia a outra parte do texto. Li um pouco mais calma... ao lado dele tudo parece seguro.
Que droga! Aqui estou eu mais uma vez dando importância demais a uma coisa ruim!
Fiquem só com a imagem do Kadú ao meu lado enquanto eu lia, esqueçam todo o resto.

A aula foi maravilhosa! Mais uma vez trabalhamos com "laboratório de emoções". O foco foi o som, qual o som da personagem? Era preciso trazer este som para o corpo e depois pra voz através de uma palavra dita a alguém. Tive uma certa dificuldade em encontrar o som e mais ainda em transformá-lo numa palavra, mas a sensação é marcante... Joana emite o som, mas a palavra saí cortada, sufocada na verdade é como se Jasão a segurasse pela garganta e impedisse a pronúncia correta. É difícil não gritar! É difícil ser essa mulher submissa a ele. Mas faz parte do processo, vamos que vamos...

sábado, 19 de junho de 2010

Sentimentos da personagem

Hoje trabalhamos mais os sentimentos da personagem. Quais emoções estão mais afloradas? O que provoca estas emoções? E na possibilidade da personagem ser um animal. A busca do outro ficou pra depois.
O sentimento de solidão é muito grande e o estranho é que a existência dos filhos não muda isso, ao contrário despertam nela uma fúria... embora eu não concorde, o próprio texto explica: " ... E me encheram, e me incharam, e me abriram, me mamaram, me torceram, me estragaram, me partiram, me secaram, me deixaram pele e osso... ". Joana encontrou um momento de conforto com a Zaíra ( Amanda estou conseguindo jogar mais com ela isso é bem legal), embora eu não acredite que Joana procure isso nas vizinhas, mas toda experiência é valida.
Durante o exercício Jasão (Rafael orientado pelo Kadú) pediu pra voltar foi terrivelmente estranho. Ele falou olhando pra outra Joana (Leidy a quem algumas vezes visualizo com Alma)... Como ele podia ter essa coragem? Como ele podia afrontar Joana desta forma? Joana ficou revoltada, mas não reagiu... Preferiu seguir os conselhos de Mestre Egeu.
Ao fim do laboratório fomos pra cenas.
Não sei se a nossa proposta foi compreendida, mas apresentamos... o Rinaldo assumiu os papeis de Jasão, Boca e o do filho, foi algo simples. Usamos uma estrofe da música Angélica, olhos nos olhos e bom conselho. Gosto de trabalhar com o Rinaldo. Na minha cena individual tentei trabalhar um pouco a minha concentração e os "pensamentos involuntários" usei dois bancos e a figura imaginaria de Jasão, enquanto falava tentei focar o pensamento movimentando os bancos... controlar os pensamentos é muito difícil. rsrsrs Não cheguei nem perto do que eu desejava apresentar, tom da voz foi um pecado total, mas este é o momento de errar. Infelizmente eu não consegui falar da minha cena com o Kadú nem como mais ninguém. Vou ter que esperar pra segunda.
Na próxima quarta precisamos usar uma frase "politizada" do texto e uma reportagem real. Mais trabalho pela frente. Adoro tudo isso!!!!

Ah, vejo a Joana como uma cobra esperando o momento de dar o bote.



segunda-feira, 14 de junho de 2010

Uma canção de ninar

Hoje a aula foi cheia de esclarecimentos.
O primeiro exercício foi horrível pra mim, era preciso passar através de movimentos uma estrofe da música escolhida. Eu estava estourando de dor de cabeça (o que não justifica) não consegui realizar nenhuma seqüencia de movimentos. Mara e eu escolhemos a mesma música, olhos nos olhos, cantamos juntas a primeira estrofe no segundo exercício. Separados em dois grupos usamos a música Bem querer como base pra criação de uma cena, a principio sem cantarmos e depois cantando. Fica notório a dificuldade de executarmos movimentos seqüenciados em conjunto, mas nada que não possa ser resolvido. rsrsrs Usamos uma camisa com objeto de cena dando a ela uma grande importância, a base. Esse foi muito bacana, antes de apresentarmos a cena era preciso justificar. Foram apresentadas algumas cenas (solicitação de quarta-feira cena com alguma música) as demais ficarão pra quarta. Durante a roda ( momento em que conversamos sobre a aula) Kadú recomendou que eu mude de postura, que não use tanta força, que não chegue já lá em cima, que eu seja mais suave... já vou usar isso na minha próxima cena.
Ele conhece cada um de nós como ninguém... hoje ele falou dessa minha mania de fazer uma coisa enquanto estou pensando outra, da ansiedade que as vezes atrapalha a minha presença em cena... quando ele falou isso me deixou completamente nua. É a mais pura verdade! É bom ter a certeza que ele realmente cuida de cada um... Tenho ou não razões para amar este homem? Vou exercitar esta nova forma que ele me pediu. Na hora quando ele falou pensei na canção de ninar.
Pra fazer alguém dormir é necessário ser doce, suave... muito trabalho pela frente, mas vamos que vamos!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Hoje o dia foi perfeito.
A energia fluiu de uma forma que eu mesma não acreditei. Estavam todos compenetrados dentro da proposta, cada um buscando a essência da personagem e ao mesmo tempo buscavam o outro. Essa busca faz toda a diferença, no palco não somos um somos um conjunto. E quando esse conjunto toca a mesma melodia a platéia é tocada.
Adorei a surpresa do contato com o Cícero, ele jogou comigo eu senti a verdade do toque e do olhar, muito bom mesmo. Com o Wendell a coisa não fluiu muito, mas hoje ele não estava bem. Rinaldo é com certeza o meu porto seguro, ele sabe da minha necessidade de ter o outro por perto e ele sempre atende ao meu apelo. Como faltava a Alma precisei usar as outras Joanas como ponte pra esse momento. Embora no texto não exista o encontro das duas, acho importante essa imagem, já que o Boca com certeza contou cada detalhe. O Kadú tinha tirado a parte política, mas acho que agora ele trará algo... vou aguardar. Ah, ele também pediu pra gente enquanto ator e atriz analisar a questão dos dois lados. Eu não tive tempo de falar com ele, mas desta vez não farei isso... Com Camille eu analisei quase todas as personagens e em alguns momentos senti pena do Rodin, não quero que isso aconteça com Joana. Quero que ela tenha essa fúria guardada, quero que ela tenha essa certeza de que foi vitima (embora eu sinta um certo ódio pelas vitimas. rsrsrs)


Pra segunda é preciso criar uma cena em que a personagem cante uma das músicas do Chico Buarque, a cena de hoje ficou pra quarta.

Momentos felizes X momentos infelizes

Sonhei ontem com Di Renzo parecia tão real... na verdade foi real, já que o sonho foi apenas uma lembrança de um momento vivido. Por que esquecemos com facilidade as coisas boas e remoemos as coisas ruins? Por que eu esqueci este momento tão especial?
Di Rennzo entrou olhou pra mim, era um olhar diferente, não era um olhar de admiração era uma mistura de respeito com carinho. Na hora eu fique sem graça, sem entender o motivo dele ter parado ali diante de mim, calado. Acho até que ele não tinha me notado antes.
- O senhor deseja alguma coisa? perguntei quase num sussurro.
- Melhor agora? perguntou ele.
- Desculpe!? ( eu não estava doente)
- Você estava aflita ontem. Mais tranqüila hoje?
Claro ele estava falando da minha participação no Fecastre.
- Ah, sim... claro. Obrigada por perguntar. Eu estava nervosa por causa do cigarro, mas já foi.
- Você precisa relaxar mais, não precisa ter pressa... procure um diretor. E se quiser pode me procurar também. Parabéns.
- Muito obrigada.
- Vou escrever Frida no canário em sua homenagem.
- Estou honrada. Muito obrigada mesmo.
Eu homenageada por Di Renzo e esqueço disso, pode? Só eu mesma!!!
Como é que alguém esquece uma coisa dessa? Tudo bem, duvido que ele lembre de mim agora, mas este momento existiu na minha vida. E foi um momento importante, ai fica a idiota aqui lembrando sempre do : "você não tem talento, mas é esforçada." A merda com esta frase! A merda com este momento infeliz. Vou lembrar sempre do: Vou escrever Frida no canário em sua homenagem.", do "Ah, filha de uma mãe..." do meu querido Kadú ( segunda-feira passada), quero lembrar da senhora que me ofertou a pulseira em agradecimento a minha apresentação, vou lembrar do olhar das crianças da APAE, vou lembrar do olhar do Marcelo Passos quando atuamos pela primeira vez, vou lembrar do olhar da minha professora Lourdes culpada por eu amar a arte de representar, são momentos assim que importam de verdade.
Claro que as criticas são bem vindas, mas precisamos absorve-las para melhorarmos e não tomarmos isso como única verdade. Quando erramos ou não agradamos não significa que não somos bons, significa que não estávamos bem naquele momento, só isso. E isso não é o fim do mundo.
Se pra melhorar eu tiver que errar, então, que eu erre muito, muito mesmo...

Como um diamante a ser lapidado

É assim que me sinto sempre a cada novo processo. No começo eu sofria horrores, temia as mudanças, temia tudo que era novo, mas agora eu me permito. Sei que posso confiar plenamente nele, sei que agora estou livre... é verdade que ainda não estou 100%, mas estou disponível.




terça-feira, 8 de junho de 2010

Basta um dia - Chico Buarque

Pra mim
Basta um dia
Não mais que um dia
Um meio dia
Me dá
Só um dia
E eu faço desatar
A minha fantasia
Só um
Belo dia
Pois se jura, se esconjura
Se ama e se tortura
Se tritura, se atura e se cura
A dor
Na orgia
Da luz do dia
É só
O que eu pedia
Um dia pra aplacar
Minha agonia
Toda a sangria
Todo o veneno
De um pequeno dia

Só um
Santo dia
Pois se beija, se maltrata
Se come e se mata
Se arremata, se acata e se trata
A dor
Na orgia
Da luz do dia
É só
O que eu pedia, viu
Um dia pra aplacar
Minha agonia
Toda a sangria
Todo o veneno
De um pequeno dia

Gota d'água - Chico Buarque

Já lhe dei meu corpo, minha alegria
Já estanquei meu sangue quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta pro desfecho da festa
Por favor

Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota dágua

Bem querer Chico Buarque

Quando o meu bem querer me vir
Estou certa que há de vir atrás
Há de me seguir por todos
Todos, todos, todos os umbrais

E quando o seu bem querer mentir
Que não vai haver adeus jamais
Há de responder com juras
Juras, juras, juras imorais

E quando o meu bem querer sentir
Que o amor é coisa tão fugaz
Há de me abraçar com a garra
A garra, a garra, a garra dos mortais

E quando o seu bem querer pedir
Pra você ficar um pouco mais
Há que me afagar com a calma
A calma, a calma, a calma dos casais

E quando o meu bem querer ouvir
O meu coração bater demais
Há de me rasgar com a fúria
A fúria, a fúria, a fúria assim dos animais

E quando o seu bem querer dormir
Tome conta que ele sonhe em paz
Como alguém que lhe apagasse a luz
Vedasse a porta e abrisse o gás

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Hoje, 07 de junho começou o processo da montagem do espetáculo Gota D'água de Chico Buarque & Paulo Pontes com adaptação de Kadú Veríssimo, todos estão eufóricos.
Estou ansiosa pra saber quais serão as minhas falas, quais serão os momentos ou o momento da minha Joana tomar vida em cena... a forma da Joana estará presente durante todo o tempo assim como as demais personagens, mas quando? Qual será a frase que despertará a minha Joana? Mas o mais importante é que é nítido a vontade de todos os envolvidos, isso é com certeza o primeiro passo para um novo sucesso da Casa. Sinto uma energia boa, sinto que posso me entregar mais livremente de corpo e alma. Essa montagem será mais difícil do que a de Camille. Em Camille tínhamos muitas oscilações de momentos, já em Gota requer um certo "limite" nem mais nem menos, o meio é o ponto certo como explicou o Kadú.
A primeira leitura foi fria. Será que todas elas têm o mesmo medo que eu? Não quero me apossar desse ou daquele momento quero saborear Joana, quero viver cada momento, sem a menor pressa de sair de cena. Durante os exercícios foi fácil perceber o quanto ainda temos medo de sermos "humanos" e esta humanidade é um fator presente em Gota, mas com Kadú tudo é possível.
Pra quarta é preciso montar uma cena de no máximo 3 minutos já pensando na personagem... devo confessar que já pensei na cena, mas vou fugi dela... vou buscar alguma esquecida no texto original. Vou fazer isso para fugi desta minha mania "quase compulsiva" de pré-marcar todo o texto. Quero e preciso ficar livre pra todas as possibilidades que serão apresentadas pelo Kadú.
Quero e vou defender Joana como se ela fosse 100% correta, como se não tivesse falhas. Eu a quero plena em mim.


P.s. O que escrevo ou escreverei não tem a menor obrigação de fazer sentido, vou usar este espaço com um diário como páginas abertas.


"Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros."

Clarice Lispector

terça-feira, 1 de junho de 2010

Por menos que se faça para alcançar algo é sempre alguma coisa que nos leva ao nosso objetivo. Esperar uma oportunidade para iniciar ou continuar algo é imaginação sem valor.
Eu só queria aproveitar aquele momento... nada mais.

Mas quando percebi já era tarde... você ocupava um lugar que estava fechado, quase esquecido... Naquela noite eu chorei de tanto ri e dancei sem a menor preocupação com os outros, aliais, os outros não existiam. Existia somente a tua presença, o teu perfume impregnando a minha pele, o som da tua voz, do teu riso e este teu olhar que sem perceber me aprisionou. Ao fim da noite e começo de uma linda manhã eu não falei, não agradeci, apenas o abracei... Eu não dormi, revivi cada segundo das horas que passamos juntos, dos momentos de felicidade que você me proporcionou sem perceber ... Era tanta felicidade que não cabia em mim. Pela manhã gritei a minha felicidade pra primeira janela aberta, um erro fatal... Foi quando percebi que um pedaço de mim havia se perdido em você naquela noite. E desde então, a tua ausência se fez presente em mim e você nem percebeu que um pedaço de mim ficou em te.